sexta-feira, 13 de julho de 2007

Enersul recebe "cartão amarelo" da Aneel

A Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul) recebeu "cartão amarelo" da Agência Reguladora de Energia Elétrica (Aneel) por causa dos questionamentos sobre a qualidade dos serviços que presta aos usuários. A informação foi repassada ontem ao presidente da CPI da Enersul, deputado estadual Paulo Corrêa (PR), por Jerson Kelman, presidente da Agência. Também foram entregues dois CDs para a CPI contendo a ‘caixa-preta’ da empresa.

"Estaremos analisando detalhadamente os documentos que nos foram repassados. A Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) e o Conselho Regional de Economia vão nos assessorar na auditoria dos balanços. São informações desde 2002 sobre a contabilidade da Enersul", disse Corrêa.

Só em 2007, a indústria foi onerada em 28,8% e os consumidores residenciais em até 15%. Oficialmente, sem impostos, o reajuste médio autorizado pela Aneel foi de 2,58% para a indústria e 3,46% para a classe residencial e comercial. Mas, chega, por constatação da Fiems, a ser dez vezes mais na conta de energia elétrica.

Em virtude do descontentamento causado em toda a sociedade sul-mato-grossense, a Aneel concedeu ‘cartão amarelo’ à Enersul, pelo qual foi cobrado melhor qualidade nos serviços prestados. Kelman convocou os sócios proprietários – foi a primeira vez que este procedimento foi adotado – e explicou-lhes que a Enersul é uma concessionária que recebeu do poder público a autorização para executar um serviço público, por este motivo a prestação do serviço tem de atender de forma correta os interesses da sociedade. Segundo Corrêa, o levantamento a ser realizado pela CPI vai dar subsídio para questionamentos legais sobre o reajuste da tarifa e pode até fazer a agência rever os reajustes concedidos, caso haja alguma irregularidade.

Caso seja necessário a CPI, que termina no dia 23 de setembro, pode ter sua atuação prorrogada. "Depende dos dados que obtivemos", explicou o presidente da CPI. "Vamos analisar com toda calma as informações e nos aprofundaremos quando for necessário e desconfiarmos de alguma irregularidade", enfatizou.

Fonte: Correio do Estado (Clodoaldo Silva, Brasília)

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