sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Enersul deve propor queda de 1,2% na conta de energia

A Enersul deve propor hoje a redução de apenas 1,2% na conta de energia para os 700 mil consumidores em Mato Grosso do Sul. A proposta, caso seja realmente oficializada à tarde, frustra a expectativa da CPI, que está aguardando queda maior na cobrança de luz no Estado. Falava-se em redução de até 20% nas contas de energia. O Governo do Estado, também, não ficou entusiasmado com a informação que recebeu da empresa.

Mas a Enersul espera sensibilizar os deputados para enterrar a CPI em troca da redução de 1,2% na conta de energia. O Governo chegou a falar que a Enersul tem mais "gordura" para queimar e sinalizou que não estaria disposto a reduzir a alíquota do ICMS que incide sobre a conta de luz, como queriam os deputados integrantes da comissão. A CPI também acha que a empresa não vai sofrer nenhum dano em suas finanças se buscar alternativas para derrubar o valor alto na cobrança do consumo de energia, pois só no primeiro semestre obteve lucro de R$ 38 milhões, o que supera em 238% o saldo líquido do mesmo período do ano passado.

A proposta da Enersul visa enterrar de uma vez por todas a CPI na Assembléia Legislativa, que está investigando as causas do tarifaço que tornou a energia do Estado a mais alta do País.

Mas a redução de 1,2% não vai sensibilizar a CPI, porque não estará satisfazendo aos anseios da população.

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB), defende uma saída para o custo do "linhão" que distribui a energia para Mato Grosso do Sul. Hoje, o custo deste "linhão" é rateado entre os 700 mil consumidores, enquanto em outras regiões, o custo é dividido entre os estados. A proposta de Jerson é que os gastos com a manutenção e distribuição de energia pelo "linhão" sejam rateados com a União.

Se isto ocorrer, haverá reflexo nas contas de energia para os 700 mil consumidores em Mato Grosso do Sul. A questão deve ser discutida hoje com diretores da empresa portuguesa que controla a Enersul.

Ausência

Os diretores da empresa portuguesa não tinham mais intenção de vir a Campo Grande se reunir com a CPI da Enersul para discutir a redução da conta de energia. Mas acabaram sendo convencidos para não piorar ainda mais a relação da Assembléia Legislativa com a empresa, que perdeu força política com a derrota no Tribunal de Justiça, que decidiu, por unanimidade, garantir as investigações feitas pela CPI.

Fonte: Correio do Estado

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