O diretor executivo da Enersul, Jorge Martins, confirmou ontem que cinco dos seis diretores da empresa, que recebem mensalmente em torno de R$ 278 mil, não residem em Mato Grosso do Sul, conforme adiantou ao Correio do Estado o relator da CPI, deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB). Segundo Martins, os supersalários são rateados de forma igualitária entre as três concessionárias que integram o Grupo Energias do Brasil, apesar de apenas 12,9% da energia distribuída pelo grupo ser destinada para o Estado.
Para Martins, é natural os diretores receberem da população de Mato Grosso do Sul, mesmo não atuando no Estado. Ele informou que os profissionais estão a par de tudo o que acontece na concessionária. "Hoje os dispositivos eletrônicos, como internet, possibilitam qualquer comunicação", argumentou.
Já Trad não considera justa esta prática. Ele teve a confirmação de que quatro dos cinco diretores que atuam fora do Estado não compareceram nem sequer uma vez a Mato Grosso do Sul em 2007. "Como eles vão conhecer a realidade da nossa população sem estar aqui?", comentou.
O relator da CPI chegou a supor, inclusive, que tais diretores não atuam para o Grupo Energias do Brasil. "Eles contratam profissionais de renome, a fim de demonstrar à Aneel que investem em qualidade de serviço, mas na realidade estas pessoas pouco participam das atividades", disse. Segundo Trad, dois dos cinco diretores são professores catedráticos da Universidade de São Paulo (USP). Martins confirmou e declarou que "não tem nada a ver com o que os diretores fazem fora do horário de expediente".
Além de considerar que a ausência dos diretores atrapalha a prestação de um serviço de qualidade, o relator da CPI afirmou que a prática é irregular. Amparado na Lei Federal de número 5.194/64, ele declarou que é obrigatória a presença de um diretor técnico na área de atuação da concessionária, porém o responsável pelo setor, Manuel Fernando das Neves Bento, está em São Paulo.
Fonte: Correio do Estado
terça-feira, 24 de julho de 2007
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